A SEIL (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) disponibilizou para Consulta Pública o Protocolo BIM PR.
Seguindo as diretrizes gerais do Protocolo BIM PR, as demais instituições do Paraná e a Prefeitura Municipal de Curitiba, também estão disponibilizando seus Cadernos BIM para consulta.
Segue o link para acesso ao Protocolo BIM PR e aos Cadernos BIM, que ficarão disponíveis para consulta até 08/12/2025.
No contexto da metodologia BIM, a gestão de quantitativos é uma etapa essencial para orçamentação, planejamento e auditoria de modelos. E quando falamos em fluxos OpenBIM, a boa prática é garantir que essas informações estejam incorporadas diretamente ao arquivo IFC. Uma ferramenta gratuita e poderosa que permite essa inserção e extração de dados de forma direta é o Bonsai (BlenderBIM). Neste artigo, explico como você pode utilizar essa plataforma para adicionar quantidades ao seu modelo IFC e, em seguida, extrair esses dados de maneira estruturada.
🧱 Inserindo Quantidades no Modelo IFC
Dentro do Bonsai, você pode acessar qualquer objeto do modelo (como paredes, lajes, pilares, etc.) e visualizar seus dados IFC. Caso o modelo não tenha as quantidades preenchidas, você pode:
✅ Criar um novo conjunto de propriedades;
✅ Inserir manualmente propriedades como Área, Volume e Comprimento;
✅ Mas, recomendo utilizar o recurso Perform Quantity Take-off do Bonsai, que calcula valores com base na geometria real dos objetos.
Essa flexibilidade permite enriquecer o modelo com dados fundamentais para orçamentistas, engenheiros e coordenadores.
📊 Extraindo os Quantitativos do Modelo IFC
Após inserir ou revisar as quantidades, o próprio Bonsai permite a exportação direta dos dados para uma planilha. É possível selecionar quais informações serão extraídas, como:
- Nome do pavimento (IfcBuildingStorey);
- Tipo de elemento (IfcClass);
- Nome do objeto (IfcName);
- Propriedades como Área e Volume.
Esses dados são organizados em um arquivo CSV ou XLSX, facilitando o uso em planilhas de orçamento, Power BI ou outros sistemas.
🚀 Por que fazer isso no próprio IFC?
✅ Porque torna o modelo mais rico em informações, promovendo interoperabilidade com qualquer software que leia IFC.
✅ Porque facilita auditorias, análises e validações.
✅ Porque ajuda a garantir que os dados estejam centralizados, evitando duplicidades entre modelo e planilhas externas.
Se você trabalha com orçamentos, compatibilização ou auditoria de modelos BIM, vale a pena investir um tempo para dominar esse processo no Bonsai. Além de ser uma ferramenta gratuita, ela segue os princípios do OpenBIM e permite total controle sobre os dados do seu modelo.
🎥 Publiquei um vídeo, com um passo a passo visual de como realizar esse procedimento. Veja abaixo:
Foi lançado o Bonsai v0.8.3, com 770 novos recursos e melhorias que vão facilitar ainda mais o seu trabalho no ambiente BIM! Entre os destaques, temos suporte ao Blender 4.5, reformulação do bSDD com múltiplos dicionários, suporte a arrays para aberturas e elementos espaciais, e muito mais!
Essas atualizações fazem o Bonsai ainda mais robusto e fácil de usar, além de trazer uma série de melhorias na integração com o IfcSQL e com a interface do IfcApplications.
Os principais novos recursos incluem:
✅ Suporte ao Blender 4.5.
✅ O suporte ao bSDD foi reformulado. Agora, o bSDD suporta múltiplos dicionários, alternância entre dicionários de teste e de pré-visualização, e o uso de dicionários tanto em classificações quanto em propriedades, com buscas mais sofisticadas e navegação baseada em grupos de propriedades.
bsDD Dictionaries
✅ O IFC5D passou por um número significativo de pequenas melhorias que se somaram.
✅ Aberturas e elementos espaciais agora têm suporte a arrays.
✅ Itens de representação de topologia agora podem ser editados novamente.
✅ Suporte ao Python 3.9 para todas as utilidades.
✅ O IfcSQL está significativamente mais robusto.
✅ O IfcApplications agora pode ser gerenciado na interface. Organizações, pessoas e aplicativos podem ser mesclados ou excluídos.
✅ Uma nova interface especial para editar genericamente qualquer atributo apontando para um objeto.
Entregar modelos IFC com qualidade e consistência é um dos grandes desafios no fluxo Open BIM. Não basta apenas modelar — é fundamental garantir que os arquivos atendam aos requisitos de informação definidos para cada fase do projeto.
Nesse contexto, o uso do IDS, se torna uma ferramenta indispensável para formalizar e automatizar essa verificação.
Neste artigo, vou compartilhar como estruturar e aplicar essas regras no Bonsai (BlenderBIM), contribuindo para um fluxo Open BIM mais confiável e padronizado.
O que é um IDS?
IDS (Information Delivery Specification) é um formato padronizado (XML) que descreve os requisitos de informação que um modelo IFC deve atender.
Por exemplo: quais propriedades devem existir em um determinado tipo de elemento, quais classes IFC devem ser utilizadas, quais valores são esperados para certos campos.
É um recurso alinhado às boas práticas de governança da informação em projetos BIM e totalmente compatível com normas como a ISO 19650 e a NBR 15965.
Por que usar IDS com Bonsai ?
✔ Integração nativa — você pode carregar e aplicar IDS diretamente no Bonsai.
✔ Não depende de ferramentas proprietárias.
✔ Garante a rastreabilidade das informações entregues.
✔ Facilita a comunicação entre projetistas, coordenadores e contratantes.
✔ Automatiza a verificação, evitando checagens manuais demoradas e sujeitas a erro.
Como estruturar um IDS
Antes de criar um IDS, é importante mapear:
✅ Quais classes IFC devem estar no modelo.
✅ Quais propriedades são obrigatórias por tipo de elemento.
✅ Quais valores são esperados (listas, domínios, formatos).
✅ Qual nível de detalhe e informação é requerido em cada etapa.
Aplicando IDS no Bonsai
No Bonsai, o fluxo é muito simples:
1️⃣ Carregue seu arquivo IFC.
2️⃣ Importe o IDS que você deseja aplicar.
3️⃣ Execute a verificação.
4️⃣ Analise os resultados — você verá quais elementos não atendem aos requisitos.
5️⃣ Gere relatórios para documentação e acompanhamento.
Boas práticas
🔸 Documente seus IDS dentro do BEP (Plano de Execução BIM).
🔸 Atualize conforme o projeto evolui.
🔸 Compartilhe os IDS com todos os stakeholders.
🔸 Sempre execute a verificação antes das entregas oficiais — um pré-check é essencial para evitar retrabalhos.
Conclusão
A Análise de Requisitos com IDS fortalece a governança da informação nos projetos e torna o fluxo Open BIM mais profissional e confiável.
Ferramentas como o Bonsai (BlenderBIM) tornam isso acessível a todos os profissionais, sem depender de softwares pagos ou fechados.
Você já está usando IDS nos seus projetos? Compartilhe sua experiência nos comentários! 🚀
No cenário atual da construção digital, a interoperabilidade entre diferentes plataformas e disciplinas é fundamental para garantir a eficiência, a transparência e a colaboração ao longo do ciclo de vida dos projetos. É nesse contexto que os padrões Open BIM, promovidos pela buildingSMART International, ganham destaque. Entre os mais relevantes estão o IFC (Industry Foundation Classes), o BCF (BIM Collaboration Format) e o IDS (Information Delivery Specification).
IFC – O alicerce da interoperabilidade
O IFC é o padrão aberto de troca de dados mais amplamente adotado para representação de modelos BIM. Desenvolvido e mantido pela buildingSMART, ele permite a troca de informações estruturadas entre diferentes softwares, assegurando que dados essenciais – como geometrias, propriedades, relações espaciais e classificações – sejam interpretados de forma consistente por todos os envolvidos no projeto.
Mais do que apenas um formato de arquivo, o IFC é uma linguagem comum para o setor AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação), permitindo que informações sejam reutilizadas em diversas etapas do ciclo de vida do ativo, sem aprisionamento a uma única plataforma.
Análise das classes IFC no Bonsai (BlenderBIM).
BCF – Comunicação sem ruídos
O BCF (BIM Collaboration Format) é um padrão para comunicação de problemas, solicitações e observações relacionados ao modelo BIM. Ele não carrega geometrias completas, mas sim referências aos elementos do modelo (por meio de IDs do IFC), além de capturas de tela, comentários e pontos de vista.
Exemplo de fluxos com arquivos BCF
Essa abordagem facilita a gestão de conflitos e revisões, promovendo uma comunicação clara e rastreável entre projetistas, coordenadores e stakeholders, independentemente do software utilizado.
Apontamentos de checagem de interferências em BCF.
IDS – Especificação da entrega da informação
O mais recente entre os três, o IDS (Information Delivery Specification) define quais informações são esperadas em um modelo IFC, estabelecendo critérios verificáveis que orientam tanto a modelagem quanto a validação dos arquivos.
Exemplo de fluxos com arquivos IDS
Ao permitir a criação de requisitos de informação de forma estruturada e legível por máquina, o IDS contribui para melhorar a qualidade dos modelos, reduzir retrabalhos e garantir que os dados entregues estejam de acordo com os objetivos do projeto e com os usos definidos no Plano de Execução BIM (BEP).
Resultado da análise de requisitos com IDS.
Open BIM na prática
A aplicação combinada de IFC, BCF e IDS representa um passo importante rumo a fluxos de trabalho verdadeiramente Open BIM, onde o foco está no valor da informação e na liberdade de escolha de ferramentas.
Com o apoio da buildingSMART, esses padrões vêm sendo continuamente aprimorados e já contam com implementações robustas em softwares como Revit, Archicad, Bonsai (BlenderBIM), Solibri, BIMcollab, entre outros.